terça-feira, 3 de novembro de 2009

Honestidade Musical


São quase quatro da madruga e eu aqui pensando...
Nasci numa família musical, fui criado na igreja frequentando ensaios do coral e da banda, como já escrevi aqui. Ainda criança, com 11 anos, comecei a tocar contrabaixo fascinado pelos corais gospel americanos. Aos 13 anos entrei na prática de big band na antiga ULM onde tocava arranjos da big band do Count Basie, Gleen Miller, Benny Goodman, Sammy Nestico e toda essa turma. Com 19 anos já tocava na noite, com músicos que conheciam bem essa linguagem jazzística que eu escutava e praticava. Não deu outra, chamei os amigos que tinham essa escola parecida com a minha pra montarmos uma big band, como também já contei aqui. Não nasci no morro, no sertão nordestino ou nos pampas gaúchos. Em minha vida não tive uma regionalidade cultural marcante. Nasci em São Paulo, no Ipiranga. Nunca ouvi um disco do Chico Buarque, Tom Jobim ou Pixinguinha quando criança. Fui conhecer esses músicos bem depois. Minhas bases musicais na infância e adolescência foram os hinos da Harpa Cristã e Coro Sacro, Gospel e a era Swing das big bands. Com tempo fui descobrindo outras coisas, tocando aqui e ali. A música era bem maior do que eu imaginava. Confesso que a "ficha'' do Wayne Shorter e do Miles Davis Quinteto caíram há pouco tempo. Descobri o Johnny Alf, o Luiz Eça, o Dick Farney e outros mais. Mas aquela base lá de trás fica impregnado em você. Não tem jeito, faz parte da sua história. Como é difícil se desfiliar dos dogmas que você acaba criando! Reconheço que tenho um pouco de receio do ''novo''. O que eu venho tentando fazer é pensar somente na música na hora de tocar, que é maior que todos os ritmos e estilos. Tenho a plena consciência da minha escola musical e também de que ela deve ser apenas uma aliada na hora de fazer música. Admiro músicos como Arismar do Espirito Santo, Alexandre Mihanovich e Michel Leme, por exemplo, pelo potencial musical que eles atingiram e pelo potencial de interação no meio do som. Cada um tem uma escola, uma particularidade, mas na hora de tocar eles se adequam uns aos outros. Esses fazem música com uma honestidade incrível. Honestidade musical. É nisso em que venho pensando e buscando esses tempos.

Abraço

Obs: A foto do post foi de sacanagem mesmo!

sábado, 24 de outubro de 2009

Ufa... Voltei!!!


Pois é, depois de um longo período sem postar nada por aqui, estou de volta! Nesse último mês aconteceram umas coisinhas chatinhas. Vamos lá: primeiro, meu amplificador de contrabaixo começou a dar umas ''pipocadinhas''. Levei ele pro técnico dar uma olhada e o aparelho ficou na oficina umas duas semanas.
Enquanto meu amplificador estava na manutenção, meu PC, já bem antiguinho parou de funcionar. Queimou uma plaquinha dois dois HDs que ele tinha. Levei o computador onde tinha comprado, no Ricardo, que fica no Stand Center da Paulista. Ele tirou os HDs e me explicou que tinha acontecido e também me apresentou uns laptops. Na hora não resolvi nada e voltei pra casa pra decidir o que fazer. Em menos de uma semana, onde nem tinha pensado no que fazer com meu PC, meu carro quebra no estacionamento do restaurante Sujinho. Detalhe, com o Sabá, um senhor de 84 anos e grande contrabaixista que já tocou com todo mundo, dentro do carro. Eu, Lito Robledo, Arismar do Espírito Santo, Karlaum e Fernando Motta, músicos da cidade, tínhamos combinado um almoço com o Sabá. O combinado foi de o almoço acontecer no restaurante Boi na Brasa, mas não sei porquê tinha entendido que seria no Sujinho. Saí de casa, passei na casa do Sabá, peguei ele e fui ao Sujinho. Vendo meu engano, ia voltar, pegar o carro no estacionamento e ir até o Boi na Brasa. Na hora em que estava saindo, meu carro parou de funcionar, com o Sabá dentro. Liguei pra turma que estava me esperando, expliquei a situação e o Karlaum veio buscar o Sabá. Arrumei um mecânico muito estranho pelas redondezas e fiquei das 14 horas até umas 21 horas no estacionamento com o cara mexendo no meu carro. O cidadão achava que era uma coisa mas era outra. Enfim, uma confusão danada que nem sei explicar mais. O carro pegou e no outro dia encostei numa oficina de confiança. Também fiquei duas semaninhas sem carro. Aproveitei pra fazer tudo o que tinha que ser feito na parte mecânica dele. Gastei uma graninha preta.


Desfecho...


Já peguei meu carro de volta. Está tudo certo com ele, sem problemas. Agradeço aos amigos pelas caronas que ganhei. Estou devendo essa pra vocês!
Quanto ao PC, está na mesma situação, mas acabei adquirindo um laptopzinho porquê já não aguentava mais ir em lan-houses. O Ricardo vai recuperar os arquivos dos meus HDs e depois devo passar o PC pra frente.
Meu amplificador não tinha nada, as ''pipocadas'' deveriam ser por causa das más instalações elétricas. Troquei o cabo de força dele por um melhor.


Abraços


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Trocadilhos


Quem me conhece bem sabe que eu gosto e uso muitos trocadilhos. Meus amigos acham que eu invento esses trocadilhos, mas a verdade é que eu só repasso o que eu ouço noite afora. Tem trocadilho pra tudo. Nome de música, nome de músico, objetos, cidades e etc.
Hoje vou posar aqui alguns trocadilhos de nomes conhecidos nossos! rsrs


Vamos lá, começando com a turma da Bossa Nova:


Alaíde Costa - Ela aí de Costa

Astrud Gilberto - Estrume Coberto

Carlos Lyra - Carlos Birra

Danilo Caymmi - Mamilo Caído

Dorival Caymmi - Dormenal Caído
Eduardo Gudin - Eduardo Pudim
Edu Lobo - Edu Lodo

Elis Regina - Feliz Vagina

Francis Hime - Francis Himen

Geraldo Vandré - Geral no André

João Donato - João do Mato

João Gilberto - Chatoão Gilberto

Leila Pinheiro - Leila Dinheiro

Leny Andrade - LeviAndade

Marcos Valle - Marcos Não Vale
Nana Caymmi - Mama Caída

Roberto Menescal - Roberto Menos Cal ou Roubaram Meu Nescal

Toquinho - Troquinho ou Tosquinho

Wanda Sá - Wanda Sapo


Agora com a turma da nossa MPB:


Adriana Calcanhoto - Adriana Paucanhoto

Ana Carolina - Ana Marolinha

Arnaldo Antunes - Anal do Antunes ou Arnaldo AntaTunes

Djavan - Djavú ou Testemunha Djavan

Emílio Santiago - Emílio Senta em Algo
Flavio Verdurini - Flavio Verdurinha

Gal Costa - Gal Bosta

Jane Duboc - Jane do Bosque ou Jane do Brócolis

João Bosco - João Tosco
Jorge Vercilo - Jorge Versículo

Lô Borges - BoloLô Borges
Maria Rita - Maria Irrita

Marisa Monte - Marisa Monte de Merda

Martinho da Vila - Martírio da Vila
Milton Nascimento - Muito Mais Cimento

Ney Matogrosso - Gay Mata o Grosso

Oswaldo Montenegro - Oswaldo MonteDenegro
Pedro Mariano - Peido Mariano
Renato Russo - Renato Tá Russo

Renato Teixeira - Renato Peixeira
Rita Lee - Irrita Aí

Tim Maia - Tim Mala

Virgínia Rosa - Vagina Rosa


Se souberem de mais, por favor, me escrevam. Assim vou aumentando meu repertório! hehe


Abraços



quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Corrente Evangélica



Como é grande a quantidade de e-mails e scraps do orkut que recebo de pessoas ditas cristãs com a tal mensagem:

"DEUS ME PEDIU QUE LHE DISSESSE... Que tudo irá bem com você a partir de agora. Você foi destinado a ser uma pessoa vitoriosa e conseguirá todos seus objetivos. Nos dias que restam deste ano se dissiparão todas as suas agonias e chegará a vitória. Esta manhã bati na porta do céu e DEUS me perguntou... 'Filho, que posso fazer por você ?' Respondi: 'Pai, por favor protege e bendiz a pessoa que está lendo esta mensagem'..e faça ela muito feliz não importando com quem seja.. DEUS sorriu e confirmou: 'Petição concedida'. leia em voz baixa... 'Senhor Jesus : Perdoa meus pecados. Te amo muito, te necessito sempre, estás no mais profundo de meu coração, cobre com teu sangue precioso a minha família, minha casa, meu lugar, meu emprego, minhas finanças, meus sonhos, meus projetos e a meus amigos(a)’. Passe essa oração a 37 pessoas no mínimo. Receberás um milagre amanhã. Não ignore."


1º - Deus não é fofoqueiro pra ficar mandando mensagenzinhas pelos outros. Se Ele quiser falar com alguém Ele vai e fala.

2º - Ninguém é destinado a ser vitorioso ou perdedor. O Sol nasce a gregos, troianos e baianos. Tragédias acontecem sim, no começo, meio e fim do ano e ninguém está livre delas.

3º - Quem subiu ao céu e bateu na porta? Outra coisa: o céu tem porta?

4º - Porquê só quem leu a mensagem deve ser protegido e abençoado? As outras pessoas não podem ser protegidas e abençoadas porquê não leram a mensagem? Quem é analfabeto e deficiente visual já dançou nessa. Será que existem traduções dessa mensagem pra todas as línguas do mundo?

5º - Porquê tenho que ler a oração em voz baixa? Não pode ser em voz alta?

6º - Pedir pra Jesus perdoar os pecados, rogar o seu amor (mesmo já sabendo do seu amor incondicional), até vai. Agora, pedir pra Ele cobrir com seu sangue a casa, o lugar, o emprego, as finanças, os sonhos, projetos e amigos já é demais ! Tudo mundo quer "sombra e água fresca"! Ninguém quer ficar esperto e cuidar das suas próprias coisas! Deixam todas as responsas pra Jesus!

7º - A maior mentira de todas: "
Passe essa oração a 37 pessoas no mínimo. Receberás um milagre amanhã. Não ignore." Fica esperando o milagre viu. Vão acontecer dez!!!

Falando mais sério agora, isso tudo me faz refletir de como o cristianismo atual está distorcido. As pessoas andam correndo atrás de bênçãos, milagres e se enganando com falsas esperanças de melhoras, achando que nenhum mal virá sobre elas. Há também um misticismo (no mal sentido da palavra) envolto em tudo isso, com expressões do tipo "Deus me mandou" e "Deus me disse". Fora o medo embutido na religião, ditando o que você tem que fazer, caso o contrário você está perdido. Eu vejo os ensinamentos de Cristo passar bem longe disso. Cristo nunca pediu para que o seguissem por causa dos seus milagres. Aliás, pelo contrário. Há passagens bíblicas em que Ele cura pessoas e pede para as tais não dizerem nada, como a cura do leproso por exemplo, em
Mateus 8:4. Cristo avistava uma multidão e corria pra outra beira do mar ou rio. É notório que Ele não gostava de alvoroço. Cristo nunca disse que o bem sempre estaria com a gente, mas disse que seríamos passíveis de aflições sim, como em João 16:33. Confesso, eu gosto do Cristo mais "humano" e "filósofo", como no Sermão da Montanha, o que assentava pra comer com publicanos e pecadores, o que ia contra toda a lógica religiosa fazendo milagres aos sábados. Mas reconheço sua relação vertical com Deus, tornando-o ainda mais amoroso e nos ensinando a ser luz nesse mundo terrível. Cristo nunca botou medo em ninguém. Ele trazia uma mensagem de paz e esperança.
É esse Cristo que sustenta minha fé. O Cristo que ensina amar a Deus e ao próximo, com simplescidade e sem rodeios. É por este caminho que vou tentando me guiar, repito mais uma vez, tentando, porquê não é fácil e eu sou muito falho.


Abraços

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Meu Lagostão

Hoje, 31 de Agosto de 2009, faz cinco anos que comprei meu primeiro contrabaixo acústico. Naquela época eu estava no meu segundo mês trabalhando na pizzaria do Mancini. Lá tinha e tem dois contrabaixos chineses reformados pelo luthier Paulo Gomes e como eu tocava nesses instrumentos, resolvi comprar um também. Fui ao atelier do Paulo Gomes, experimentei uns instrumentos (não adiantou muita coisa porquê não entendia nada), escolhi um baixo lá, acertei a forma de pagamento e voltei pra casa pra pegar os cheques com minha mãe e pedir pro Ueslei, cunhado de uma das minhas tias e que trabalhava na tapeçaria do meu tio bem próximo de casa, que me desse uma carona pra buscar o contrabaixo, pois ainda não tinha carro. Fomos ao atelier e peguei meu primeiro contrabaixo acústico. Era um chines reformado que logo apelidei de "Lagostão". O baixo era meio limitado e eu muito inexperiente. Talvez hoje aproveitasse melhor o instrumento, mas enfim, o "Lagostão" me ajudou muito. Fiz várias gravações com ele e boa parte do período de um ano e meio que toquei na Soundscape Big Band Jazz, também foi com ele. Há uns três anos atrás vendi o contrabaixo pro filho do pianista Evaldo Soares, pois na época apareceu um contrabaixo um pouco melhor pra eu comprar. Toda vez que vou na casa do Evaldo, vejo o "Lagostão" lá e sinto saudade aliado ao sentimento de felicidade, pois graças a Deus hoje tenho um instrumento um pouquinho melhor.

Muitas pessoas me incentivaram a tocar contraixo acústico, mas quero aqui registrar meus agradecimentos a duas pessoas em especial. Primeiramente ao saxofonista Carlos Alberto Alcântara (Charles), que, quando eu tinha 18 anos e fui tocar pela primeira vez na Soundscape Big Band Jazz substituindo o Alberto Luccas, me deu uma bronca por ter tocado com o contrabaixo elétrico. "Olha Moleque, esse som aqui tem que ser de rabecão! Nada de eletrônico aqui! Trate de arrumar um". Naquele dia eu levei um choque e vi que o acústico tinha de ser meu caminho. E também ao contrabaixista Lito Robledo, que me contratou pra tocar no Mancini e a partir daí pude ter condições financeiras pra comprar meu primeiro contrabaixo, fora os conselhos, apoio moral, discos, DVDs e etc.
Muito obrigado Charles e Lito!

Abraços

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Na Correria


Ando sumido, faz tempo que não posto nada por aqui, mas vou explicar. Esses tempos ando muito ocupado. Estou me preparando pro musical "Avenida Q", onde vou ser o contrabaixista substituto, então tenho que ir em ensaios e espetáculos, fora os estudos em casa, pois o musical é difícil. Também estou ensaiando com o cantor Diogo Poças, que acabou de lançar seu primeiro disco pela gravadora Warner Music, pros shows que acontecerão nesses próximos dias. Estou escrevendo uma arranjo de uma música minha pra Reteté Big Band, que também está ensaiando semanalmente fora as apresentações do Movimento Elefantes, que me consome um tempo danado, pois ainda não tenho os macetes de um arranjador. Tudo isso sem contar os sons, eventos, fila em bancos, namorada, etc...
Bom, graças a Deus que ando nessa correria né! Quando tiver um tempinho mais tranquilo, volto a postar minhas maluquices por aqui!

Abraços

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Aprontando novamente!




Estou animado! Estou voltando a escrever arranjos! Bom, tudo começou na igreja. Lá pro anos 1999, 2000, eu já tinha uma pequena noção de teoria e harmonia, mas muito pouco mesmo e, na igreja onde frequentava tinha uns músicos que tocavam instrumentos de sopro. Normalmente eles tocavam os arranjos do maestro João Quirante, conhecidos como arranjos do "Harpão Azul", ou tocavam uns arranjos avulsos no estilo dobrado marcial, também chamados de arranjos da "Pasta Preta". Naquela época eu já tocava em big band, tinha feito festivais em Campos do Jordão, já tinha tocado em outros lugares, outras igrejas. Tinha umas idéias diferentes de arranjos e queria passar essas idéias pros hinos da igreja. Fui à procura de informações, tais como tessitura, transposição, instrumentação, etc... Na verdade não consegui muitas coisa, mas comecei a escrever pra banda de sopros da igreja assim mesmo. Os primeiros arranjos foram uma tragédia. Nada soava. Era um som pavoroso. Levei umas broncas dos músicos mais antigos. do tipo: "você não pode mexer na melodia original!", "você não pode fazer arranjo sem a melodia, senão as pessoas não conseguem cantar!" ou "esse tipo de arranjo não combina com a gente". Tentei escrever mais arranjos pra banda, mas nunca davam certos. Teve um ou dois que acabaram sendo executados, mas na verdade acabei desistindo e foquei meus arranjos na sessão rítmica da igreja, com mais um ou dois instrumentos de sopro no máximo. Fiquei sem escrever pra metais praticamente desde 2002 e, no começo desse ano, na temporada com o
Paulo Malheiros Noneto no Bar New Jazz, me animei em escrever novamente. Tive umas conversas-aulas com o pianista Evaldo Soares, fucei um pouco ali e aqui, fui avisando os músicos que estava escrevendo algo e pedindo pra terem paciência comigo, instalei o Finale no meu PC e fiz um arranjo de uma música minha chamada "Do Contra" pro Paulo Malheiros Noneto. Os músicos de sopros do PMN gostaram do arranjo, me incentivaram e me incentivam a escrever mais. Acabei fazendo outro arranjo, de uma música do Dizzy Gillespie chamada "Con Alma", que vou postar aqui pra quem quiser ver e ouvir. Há poucas semanas escrevi um outro arranjo de uma outra música minha, pro Septeto S.A. que toca todas as segundas no Bar São Cristovão. Enfim, agora me animei mesmo e já estou escrevendo pra Reteté Big Band. Estou ansioso pra ver como vai ficar. Não me considero um arranjador, pois tenho muito que estudar e aprender. Ainda cometo muitos erros de orquestração e sou muito lento pra fazer um arranjo, mas devagarzinho vou chegando lá.



Abraços