segunda-feira, 27 de julho de 2009

Quinta-feira difícil


Na madrugada de quinta-feira, 24 de Julho, voltando do Hotel Hyatt por volta da meia-noite e meia, cheguei em casa e coloquei o carro na garagem e, saindo do carro pra fechar o portão, fui abordado por quatro bandidos, sendo que dois deles estavam armados. Eles entraram na garagem, pediram para que eu mandasse minha cadela vira-lata chamada Priscila que ficasse quieta, mas ela não ficou. Nesse tempo, minha tia Solange, que é minha vizinha, percebeu algo estranho e gritou da casa dela perguntando se estava tudo bem. Os ladrões mandaram eu dizer que estava tudo bem e eu disse, com uma voz de que não estava. Depois de perguntarem quantas pessoas haviam na casa, eles acabaram entrando. Dois deles ficaram no meu quarto, e os outros dois foram comigo até a casa da minha tia, através do acesso que tem no fundo de casa. Chegando lá, eles ordenaram que eu a chamasse. Ela veio junto com meu tio e fomos todos pra sala da minha casa. Quando olho pro meu quarto, vejo um ladrão revirando as gavetas da minha cômoda. Ele deveria estar à procura de dinheiro. Como não achou nada, pegou várias camisetas e saiu do quarto. Após o bandido sair do meu quarto, eles resolveram ir embora. Um Fiat Uno Vermelho estava à espera deles, que eu vi chegando quando estava chamando minha tia. Meus avós ficaram dormindo o tempo todo e só foram acordar depois que eles foram embora. Além das camisetas, eles levaram minha carteira com documentos e meu aparelho celular. Graças a Deus ninguém se machucou e nenhum instrumento foi roubado.

Como se não bastasse o assalto, na noite do mesmo dia, saindo eu do Shooping Morumbi, peguei a Marginal Pinheiros sentido Castelo Branco, pois ia tocar em Pinheiros. Ali pela ponte Cidade Jardim, estava dirigindo na pista central e percebi que a pista da esquerda estava andando mais. Dei seta e fiz a conversão à esquerda, só que não vi que vinha um motoqueiro em alta velocidade. Foi inevitável. Fechei o coitado do motoqueiro. Ele bateu na lanterna traseira esquerda do meu carro e voôu. Na hora eu fiquei apavorado, pois pensei que o cara tivesse morrido. Parei o carro no acostamento e fui em direção do rapaz. Graças a Deus ele não se machucou. Só alguns arranhões na mão. Perguntei várias vezes se ele não queria ir ao hospital, mas ele disse que estava tudo bem. A moto dele teve danos consideráveis, mas entramos num acordo ali mesmo e tudo já está praticamente resolvido.


Nossa, essa quinta-feira vou querer esquecer pra sempre!!!

Abraços

Gravinas


Nessas duas semanas que passaram, fiz umas gravações. Na terça, 14 de Julho tive o prazer de gravar com meu amigo trombonista Jorginho Neto. O Jorginho fez um perfil no myspace e queria colocar umas músicas e então ele convidou eu, o pianista Edinho Sant'anna, o saxofonista Wilson Teixeira e o baterista Cuca Teixeira pra gravar uns temas. Gostei muito do resultado da gravação. O Jorginho a cada dia que passa está tocando melhor e fico muito feliz por isso, pois quando o conheci há uns anos, ainda na big band da antiga ULM, não imaginava o quanto ele iria render. Ainda bem que pensei errado. A gravação foi no estúdio dos irmãos Teixeiras e pode ser conferida no myspace do Jorginho Neto. Na semana passada, especificamente na terça e na quarta (22 e 23 de Julho), fiz mais duas sessões de gravações muito boas. Na terça, tive a honra de ser convidado pelo Wilson Teixeira, pra gravar com ele e seu irmão Cuca Teixeira. Gravamos standards na formação de saxofone, contrabaixo e bateria. Nos divertimos a beça e após a gravação fiquei trocando idéias com a mãe do Wilson e do Cuca, a Sara Chretien, que é uma bela cantora de jazz, com muitas histórias interessantes pra contar. No dia seguinte, quarta, continuamos com as gravações na casa dos Teixeiras, só que dessa vez com a participação do pianista Luiz Mello. O Luiz é um cara que eu sou muito fã. Esse entende de música, já tocou com todo mundo e vive antenado no que está acontecendo no mundo musical até hoje. Tenho grande respeito e admiração por esse pianista. Gravamos um tema do Luiz, e mais uns standards de jazz. Esses dois dias foram maravilhosos, muito produtivos. Quisera eu toda semana ter essa vivência musical que tive esses dois dias. Quando pegar a mix dessas sessões, colocarei em meu myspace pra quem quiser ouvir.

Abraço

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Feliz Dia do Amigo


Confesso, não tenho muitos amigos, daqueles que frequentam minha casa e vice-versa, mas os poucos que tenho são parceiros de verdade. Nem sei se esses meus amigos lêem esse blog, mas mesmo assim, quero deixar registrado aqui meu abraço a todos eles e agradecer pela parceria e apoio nessa vida.

Meus amigos, um abraço do "ácido" aqui e obrigado pelo apoio e suporte em todo esse tempo de amizade! Saiba que estarei com vocês pro que der e vier!

Obs: só quem é meu amigo entende o porquê do "ácido"! rsrs


Abração

SOM NA SEMANA (20/07 à 25/07)


Galera, estarei fazendo um som nesses lugares nessa semana! Todos são convidados


segunda, 20 de Julho de 2009


SEPTETO S.A. NO BAR SÃO CRISTOVÃO - às 21:30 horas
Maurício de Souza (sax alto/arranjos), Daniel D'Alcântara (trompete/arranjos), Josué dos Santos (sax tenor/soprano), Carlo Alberto Alcântara (sax tenor), Cuca Teixeira (bateria), Débora Gurgel (piano), e Thiago Alves (baixo), o Septeto S.A. toca todas às segundas no Bar São Cristovão, que fica na rua Aspicuelta, 533 - Vila Madalena. Couvert: R$13,00


terça, 21 de Julho de 2009


MOVIMENTO ELEFANTES - RETETÉ BIG BAND NO BAR B - 21 horas

A Reteté Big Band volta a se apresentar no Bar B, tocando arranjos de trombonista Paulo Malheiros e do pianista Evaldo Soares. No repertório: hinos, standards e composições próprias.
Às 21 horas pontualmente. O Bar B fica na rua General Jardim, 43 - República. Preço: R$5,00


sábado, 25 de Julho de 2009


ALEXANDRE MIHANOVICH QUINTETO NO ALL OF JAZZ - 23 horas

Alexandre Mihanovich (guitarra e composições), Wilson Teixeira (sax), Daniel D'Alcântara (trompete), Thiago Alves (baixo) e Cuca Teixeira (bateria), estarão tocando standards e composições próprias no All Of Jazz, que fica na rua João Cachoeira, 1366 - Itaim Bibi. Às 23 horas horas. Couvert: R$20,00



Abraços


sexta-feira, 17 de julho de 2009

Eu não sei também


Fuçando no site do pastor Ricardo Gondim, logo de cara vi um artigo que tem um link de um vídeo onde Tom Honey, pastor inglês, fala acerca de Deus e da tragédia do Tsunami em 2004. É um vídeo meio antigo, mas ao ver ele fique mui alegre, porquê esse pastor expressou o que não consigo expressar com meus dizeres. Aqui está o link do vídeo. Para os que não dominam o inglês, como eu, tem o "subtitles" logo abaixo a telinha, com a opção de legenda em português.
Bom, assistam! Faço das palavras do Tom Honey as minhas!

Namastê

quarta-feira, 15 de julho de 2009

AGENDA MUSICAL - quinta (16/07/09) à sábado (18/07/09)


Pessoal, segue abaixo os lugares onde estarei tocando de quinta à sábado. Todos são convidados!



quinta, 16 de Julho de 2009


PROGRAMA MICHEL LEME & CONVIDADOS - 19:30 horas

Nesta quinta, o guitarrista Michel Leme toca com a cantora Marcela Corano, o baixista Thiago Alves e o baterista Jônatas Sansão.
Assista ao vivo pelo www.tvciadamusica.com.br, às 19h30min. Para conferir in loco, vá ao auditório da Cia da Música, na Rua Afonso Celso, 124 - Vila Mariana (SP), ao lado do metrô.


sexta, 17 de Julho de 2009


PAULO MALHEIROS NONETO NO PROGRAMA SEXTA AO VIVO - 15 horas

Daniel D’Alcantara / Paulo Jordão (Trompetes); Paulo Malheiros (Trombone, Composições e Arranjos); Josué Santos/Clayton Souza/Luis Neto (Saxes); Edinhos Sant’anna (piano); Thiago Alves (Contrabaixo); Cuca Teixeira (bateria). No auditório da Cia da Música, às 15 horas. Transmissão ao vivo pelo www.tvciadamusica.com.br

MAURICIO DE SOUZA QUARTETO NO ALL OF JAZZ - TRIBUTO A JOHN COLTRANE - 23 horas
Mauricio de Souza (saxofone), Edinho Sant'anna (piano), Thiago Alves (baixo), e Jônatas Sansão (bateria), tocam músicas de John Coltrane e standards.
O All Of Jazz fica na rua João Cahoeira, 1366 no Itaim Bibi. Couvert: R$20,00

sábado, 18 de Julho de 2009

SHOW DE DOMINGUINHOS NO VALE DO ANHANGABAÚ
- 19 horas
Estarei acompanhando Dominguinhos no show que será realizado no Vale do Anhangabaú em homenagem a Luiz Gonzaga. Maiores informações AQUI.

Abraços



segunda-feira, 13 de julho de 2009

Conhecendo mais um "dinossauro"


Sábado passado, 11 de Julho de 2009, tive o prazer de tocar com o gaitista e baixista Clayber de Souza. Esse cara foi e é muito importante pra história da música nacional. Participou dos grupos: Sambalanço Trio (César Camargo Mariano, Airto Moreira e Clayber de Souza), Sambrasa Trio (Hermeto Pascoal, Airto Moreira e Clayber de Souza), Jongo Trio (Cido Bianchi, Turquinho e Clayber de Souza), Sambossa 5 (Magno D'Alcantara, Kuntz, Luiz Mello, Turquinho e Clayber de Souza), fora os diversos artistas que acompanhou ao longo da sua carreira. Durante a época em que tocou e gravou com esses grupos, ele tocava mais contrabaixo. Posso dizer que esse cara me influenciou. Quando ainda trabalhava no Mancini, o pianista Evaldo Soares me orientou a escutá-lo, pois gostava muito do jeito que ele tocava samba, e eu fui fazer que o professor sugeriu. Simplesmente adorei. Ninguém tocou samba desse jeito, e quis esse "espírito" pra mim também. Atualmente ele só está tocando gaita, e através do baterista Alex Duarte, que me chamou pra fazer esse gig, além do pianista Carlos Rebouças, pude conhecer e tocar com essa figura.

Abraços

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O que é comunhão ???


Na religião, aprendi que comunhão com o próximo e com o Divino é você levar uma vida de acordo com as normas da instituição religiosa, e é demonstrada num ritual que lembra simbolicamente o corpo e o sangue de Cristo. Se você faz alguma coisa de "errado", que foge dessas normas, você não pode participar desse ritual, e consequentemente você é nada mais nada menos que uma pessoa fora de comunhão. Se o mundo acabar, ou se você morrer num dia sem confessar ou pedir desculpas pelo ato "errado", você vai pro inferno por estar fora de comunhão. E olha que tudo isso pras pessoas da comunidade religiosa. Pras pessoas que nunca pisaram num templo religioso, ou aquelas que pensam diferente, nem me fale, vão arder direto no mámore de enxofre. Foi assim que aprendi, pelo menos. Isso sempre me instigou. Acho muito bonito o ritual simbólico que lembra o corpo e o sangue de Cristo, realmente algo nobre, mas a segunda parte da história acho muito feia. Vi pessoas sendo vítimas de preconceito, sendo constrangidas, acusadas em público por terem feito algo de "errado". Será que realmente Jesus Cristo é partidário disso? Daí me lembro da história da mulher adúltera que ia ser apedrejada, e Jesus fez a famosa pergunta: "Quem não tem pecados atire a primeira pedra", e todos que iam apedrejar aquela mulher foram embora (João, Cap.8 Vers. 1 - 11). Me desculpem os teólogos conservadores, pastores fundamentalistas, e todo tipo de "autoridade-eclesiástica-arcaica-moída-luciférica-da-puta-madre", mas Jesus Cristo não é partidário disso. Hoje busco uma reposta sobre a verdadeira comunhão, porquê a da religião já não dá mais pra mim. Jesus nos orientou dizendo que devemos amar a Deus e ao próximo. Parece um mandamento fácil, mas não é. Se ao passar da minha vida não encontrar uma reposta, tudo bem, pelo menos eu tentei. Por enquanto vou comungando com minha família, minha namorada, meus amigos da Reteté Big Band, meus amigos músicos da "noite", meus amigos músicos que gostam de tocar standards, meus amigos músicos que brigam em favor do som, aqueles que gostam dos jazzistas negros, aqueles que não seguem tendências da mídia, aqueles que falam a verdade, os que são sinceros, e com aqueles que fazem o bem. Se algum deles fizer algo de "errado", tudo bem, vou comungando mesmo assim!

Abraç
os

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Minha iniciação musical e meus irmãos


Quando eu era criança, lá pros meus 2, 3 anos, minha mãe colocava os discos do "Coral & Orquestra Renascer" (quem é ou foi da Assembléia de Deus sabe que estou falando), pra eu dormir. Ela dizia que eu ficava no sofá balançando a cabeça no encosto até cair no sono. Fui crescendo, e já morando na casa da minha vó, ouvia discos evangélicos que meus tios ouviam. Tinha discos ruins, de grupos que naquela época já se preocupavam com a fama, estatus, dinheiro, e que não vale a pena ressaltar aqui. Mas tinha discos bons como os do Milad, Grupo Semente, Vencedores Por Cristo, João Alexandre, e de outros grupos que ainda se preocupavam apenas em fazer música e trazer uma mensagem de paz. Sempre fui "antenado" com música. Desde pequeno gostei de prestar atenção nos detalhes dos arranjos. Lembro de um disco instrumental dos Vencedores Por Cristo, com arranjos do Ciro Pereira (maestro e arranjor residente da Orquestra Jazz Sinfônica de São Paulo). Sabia cada detalhe daquele disco. Na igreja adorava a banda "furiosa" e o coral. Guardo em minha mente os arranjos e os hinos tocados nos cultos até hoje. Passei a infância ouvindo essas coisas, e não tinha a menor noção de que um dia ia ser músico. O ambiente musical na minha casa sempre foi intenso. Meu tio Marco Antonio, ou Toninho pros mais chegados, estudava trombone quando eu era pequeno. Ele estudava na antiga ULM, na Escola Municipal, fazia encontro de trombonistas. Ele aparecia com alguns discos do Frank Sinatra, Gleen Miller, Urbie Green, coletâneas de músicas de Gershiwn, essas coisas voltadas pra orquestras e big bands. Enfim, tinha uma rotina musical e me apresentou esses discos. Me recordo dele estudando trombone, fazendo aquele aquecimento chato de primeiro grau, quinto grau, e primeiro grau oitava abaixo que todo trombonista faz, e vai descendo de meio em meio tom. Quando ele tocava na Banda Sinfônica Jovem, eu estava começando a tocar contrabaixo na igreja. Uma vez ele me levou num ensaio da BSJ quando eles iam tocar o "Viagem ao Centro da Terra (Rick Wakeman)". Fiquei lá assistindo o ensaio, e no intervalo fui falar com o baixista, o Giba Pinto. O Giba me mostrou o Fender dele, um "jazzbass" sem trastes. Nunca tinha visto aquilo. Meu tio me incentivou pra estudar na antiga ULM. Em 1996 fiz minha inscrição, junto com meus primos Alan, e o Danilo. Eu e o Alan acabamos passando. Meu tio insistia que deveria estudar oboé, com o argumento de que poucas pessoas tocavam esse instrumento, e era um instrumento sinfônico. Eu teria mais futuro, segundo ele. Eu não durei um mês na escola com o oboé, e já fiz o requerimento pra mudar de instrumento. Fui estudar contrabaixo-elétrico, pois já tocava e tinha o instrumeto. O oboé que eu tinha era da Banda do Exército onde meu tio trabalhava. Hoje entendo a preocupação do meu tio, mas não me arrependo de ter feito o requerimento, pois o contrabaixo já estava no meu coração. Eu o agradeço, pois ele foi o exemplo de músico na família, e meu principal incentivador. Na ULM estudei contrabaixo com o Itamar Collaço, Marinho Andreotti, e o Gabriel Bahlis. Estudei também teoria musical e canto coral com várias pessoas. Toda essa gente da ULM me ensinou muito, e acreditou em mim. Também agradeço a todos eles pelos conselhos e lições. Sei que hoje tem uma geração de músicos por aí que tiveram uma história parecida com a minha. Ouviam hinos em casa, começaram a tocar na igreja, e depois entraram na ULM. Junto com meus amigos Paulo Malheiros (trombonista), e Josué dos Santos (saxofonista), formamos a "Reteté Big Band", que é uma banda de pessoas assim. Muitos me elogiam a banda, dizendo que ela é contagiante, alegre, divertida, que tem um astral bom. Já me disseram que até sente a presença de Deus quando nós tocamos. Não sei explicar ao certo o porquê, mas creio que um dos motivos seja essa identificação de um com o outro que existe na banda. Embora muitos da banda, inclusive eu, não tocarem mais em igrejas, ou não fazerem parte de alguma instituição religiosa, considero eles meus irmãos em Cristo, meus irmãos de Som, meus irmão da Vida.

Abraços

terça-feira, 7 de julho de 2009

"Quem tem ouvidos ouça"


A vida de músico não é fácil. Aliás, a vida de todo mundo não é fácil, mas como eu sou um músico, venho aqui falar dessa profissão. Percebi que existe uma linha tênue entre a arte musical em si, o motivo de sermos músicos, e o nosso ego. Somos iniciados de alguma maneira. No meu caso, fiz o teste pra estudar na antiga ULM pra poder aprender música e contrabaixo, e assim tocar um pouco melhor na igreja que eu frequentava. Os anos se passaram, e agora queria eu poder estudar não somente pra tocar na igreja, mas pra tocar na prática de big band que eu fazia na antiga ULM. Logo estava no meu primeiro emprego, a Orquestra Jovem Tom Jobim, então o foco dos estudos eram pra tocar na igreja, tocar nas atividades da antiga ULM, e tocar na Orquestra Jovem Tom Jobim. E foi indo, foi indo. Orquestra, combos, trios, quartetos. Quando fui ver, já era músico profissinal, e o motivo dos meus estudos e aprendizados eram pra minha própria execução, onde quer que me chamassem pra tocar. Hoje vejo o estudo e o aprendizado de uma forma diferente. Procuro não estudar e aprendar mais pra minha própria execução, mas pra fazer música com músicos afim de fazerem música. É complicado. Vejo muitos músicos com domínio técnico do instrumento impressionante, mas na maioria das vezes tocando pra eles mesmos, ou com a intenção de impressionar quem está assistindo, ou até mesmo pelo simples fato de querer aparecer. Vejo que nesses casos todo estudo é em vão. Fazendo um paralelo com Jesus quando ele disse: "Que adianta o homem ganhar o mundo inteiro e perder a própria alma?", no reino musical o espírito dessa frase se encaixaria muito bem. Que adianta o músico ter todo domínio técnico do instrumento e não tocar com a alma? ou, não tocar pro som? Que adianta o músico ter o ouvido mais absoluto do mundo e não saber ouvir o próximo? Que adianta o músico saber todos os caminhos harmônicos e não saber acompanhar seu companheiro?
Eu como músico tento, digo tento porquê é difícil, me esforçar pra não tocar pra mim mesmo, mas pra música, que está acima de mim. Não considero a música um deus, mas sim um presente que Ele me deu, e por isso esse respeito todo com ela.

Músicos, eruditos e populares, jazzístas e nacionalistas, vamos fazer apenas MÚSICA!!!

Abraços

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Não sei porquê, mas é sempre em Julho!


Julho sempre foi um mês de novidade pra mim. Então vou relatar acontecimentos ocorridos no mês de Julho que mudaram pra sempre minha vida. Em Julho de 1998 fiz meu primeiro Festival de Inverno de Campos do Jordão. Tinha apenas 13 anos quando passei no teste pra ser bolsista de contrabaixo-elétrico no Festival. Lembro que não tinha RG, e tive que tirar um as pressas com minha mãe. No Festival meu professor foi o Celso Pixinga, mas eu não tinha a menor noção de quem era Celso Pixinga. Me recordo também do Amilton Godoy dando aulas de piano, Bob Wyatt dando aulas de bateria, Vinicius Dorin dando aulas de saxofone, Nenê dando aulas de percussão, um gringo chamado Dennis Noday dando aulas de trompete e prática de big band. Tudo isso sendo organizado pelo Roberto Sion. Naquela época não tinha a menor idéia de quem eram esses caras, e olha que era um timaço de músicos. Esse Festival de Campos do Jordão foi muito especial pra mim, pois foi ali que pude sonhar em ser músico profissional. Nos anos seguintes, 1999 e 2000, também fiz os Festivais de Campos de Jordão. No ano de 1999, tive a felicidade de estar perto do guitarrista Hélio Delmiro. Também não tinha muita noção de quem era o Hélio, mas todo dia ia na sala dele e ficava ouvindo as histórias que ele contava. No ano de 2000 já fui pro Festival com uma noçãozinha, mas muito pequena. Nesse ano conheci o trompetista Daniel D'Alcântara, pessoa queridíssima que se tornou amigo e parceiro de som, o saxofonista Hector Costita, e outros músicos, sem esquecer do professor de contrabaixo deste ano, o Paulinho Paulelli. O Paulinho me incentivou muito, assim como os outros músicos e professores do outros Festivais, mas na questão contrabaixistica do lance, da malandragem na hora de tocar, o Paulinho foi o cara que me ensinou a enxergar essas coisas. Esse Festival de Campos do Jordão de 2000 também foi especial, porque saí daquela cidade decidido viver de música. Continuando na trajetória "Julhística", vou falar agora do ano de 2001. Foi em Julho desse ano em que tive meu primeiro emprego, na Orquestra Jovem Tom Jobim. Eu fazia prática de big band com o Roberto Sion na antiga ULM, e quando era lá pra Abril, Maio, ouvi rumores de que iam fazer uma orquestra jovem de música popular, tipo uma "Jazz Sinfônica pra menores", e que o Roberto Sion ia ser o maestro. Bom, fiquei interessado na vaga de contrabaixo elétrico. Logo saíram os editais, inscrições, os testes foram feitos, e eu estava lá, aprovado. Lembro-me de ter ficado muito feliz, mas muito mesmo no dia em que saiu a lista dos aprovados. No dia 4 de Julho de 2001 estava eu no teatro da Escola Estadual Caetano de Campos, na Aclimação, pro primeiro ensaio da Orquestra Jovem Tom Jobim. Me lembro como se fosse ontem, o primeiro arranjo que ensaiamos, "Suíte dos Pescadores" (Dorival Caymmi/arr: Nelson Ayres e Roberto Sion). A Orquestra estreiou em 21 de Julho do 2001, no Auditório Claudio Santoro, em Campos do Jordão, num concerto em que a convidada foi a Elza Soares. Em Julho de 2001 tive meu primeiro emprego, e tive a honra de acompanhar a Elza Soares. Inesquecível! A vida seguiu. Escola, igreja, aulas na antiga ULM, ensaios e concertos da Orquestra Jovem Tom Jobim, e alguns trampinhos em botecos. Julho de 2004. Nessa época já não estava mais na Orquestra Jovem Tom Jobim. Fui fazer um teste em Tatuí, junto com o casal Agenor de Lorenzi e Valéria Schwarz, pro Festival de Inverno que ia ter lá. Fizemos o teste e voltamos pra São Paulo. O Agenor é um excelente músico, toca guitarra e piano muito bem e sua esposa, Valéria, é pianista. O Agenor era um cara que tinha, e tem, mais experiências do que eu, e em Julho de 2004 ele já conhecia os músicos do restaurante Walter Mancini, e sempre falava deles pra mim. Quando chegamos em São Paulo, eu pedi pra que ele me levasse até o Walter Mancini, porquê queria conhecer os músicos tão falados. Fomos ao Mancini. Eu, Agenor, e a Valéria. Lembro que chegamos no restaurante e sentamos numa mesa bem de frente ao piano. Estavam tocando o pianista Evaldo Soares, o baixista e diretor musical Lito Robledo, e o baterista Jorginho Saavedra. Fiquei encantado com aquele som. Fui apresentado aos músicos de lá. Evaldo, Jorginho, Juarez Santana, Karlaum, Lito, e os demais. Quando o Lito soube que eu era baixista, logo me chamou pra dar uma canja. Mas como não tocava contrabaixo acústico, recusava a canja. Todo set que eles faziam, o Lito me chamava, até que no fim do penúltimo set ele olhou pra mim e disse: "Vem cá tocar essa p.... !!!". Eu fui, tremendo de medo, pois as harmonias do Evaldo são cabeludas, não tinha muito repertório, e muito menos tocava contrabaixo acústico. Pela graça de Deus, o Evaldo tocou duas músicas que eu sabia, "The Shadow Of Your Smile" (Johnny Mandel), e "Triste" (Tom Jobim). O Lito viu e ouviu essa canja. Não sei que milagre, mas ele gostou, pediu meu telefone e disse: "O senhor tem desejo de trabalhar aqui?" Eu respondi na hora: "Sim!!!". Daí ele me explicou que queria colocar novos músicos pra tocar na pizzaria recém inaugurada do Walter Mancini, que fica na mesma rua, a poucos metros de distância. Ele falou essas coisas, mandou eu fazer o último set pra ele, e foi embora. No último set o Agenor deu canja de piano. O Evaldo gostou muito, e depois disse ao Lito. O Lito ficou surpreso, pois não sabia que o Agenor tocava piano também. Bom, numa quinta-feira, 16 de Julho de 2004, eu, Agenor de Lorenzi, e o baterista Douglas Andrade, estávamos trabalhando no Mancini. Esse lugar mudou minha vida. Ali comecei a tocar baixo acústico, aprender repertório, conhecer músicos novos. Reconheço que fiquei mais chato depois que comecei a trabalhar no Mancini. Hoje tenho essa consciência, e tento melhorar isso. Mas enfim, foi um trabalho que deu um grande "up grade" na minha carreira. Quem me conhece pessoalmente sabe e não pode negar. Estamos em Julho de 2009, precisamente no dia 6, no dia que eu resolvo fazer uma coisa que nunca fiz, fazer um blog. Será que também vai ser algo que vai mudar minha vida??? Vamos esperar pra ver!!!

Abraços

Resolvi Criar um Blog

Pois é! Eu, Thiago Alves de Oliveira, resolvi criar esse blog após meses pensando se deveria ou não escrever algumas coisas que penso. Após uma conversa filosófica na madrugada com meu amigo Vitor Cabral, num "Mc Café" desses, me animei com a história do blog e então decidi fazer um. Sei que sou novo, minha vida está só começando, mas experiências do dia-a-dia todo mundo tem, e acho bacana as pessoas dividirem essas experiências. Bom, estou animado com esse blog, e espero que as pessoas curtam as postagens!

É isso aí!

Abraços