sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Diretas Jazz Big Band


A vida anda corrida minha gente! Trabalhos que vão e vem, sons bacanas, risadas e decepções. São esses os motivos de minha ausência aqui. Mas essa semana fiquei feliz porque a Diretas Jazz Big Band tocou publicamente pela primeira vez. Bom, pra quem não sabe o que é a Diretas Jazz Big Band, vou tentar explicar. Quando ainda trabalhava no Walter Mancini Ristorante, lá pra 2005, eu queria muito ter uma big band. Apesar de estar tocando com a Soundscape Big Band todas às segundas no extinto Blén-Blén nessa época, não tinha a menor ideia de como fazer pra montar uma big band e conversava muito à respeito disso com o pianista Evaldo Soares, que me alertava: "tem certeza que você quer montar uma big band?", "neguinho falta no ensaio, não vai no dia da apresentação, não toca direito no naipe..." e assim por adiante. Mas como eu sempre fui teimosinho, insistia em montar uma big band. De tanto insistir, o Evaldo disse: "tá bom, vou escrever uns arranjos e você chama o pessoal". Ele se juntou com o Carlos H. Iafelice e fez um arranjo de uma música chamada "Morning Star" (Rodgers Grant) e de uma outra chamada "Along Came Betty" (Benny Golson). Eu arregimentei a galera e ensaiamos esses arranjos. Pronto, agora a banda precisava de um nome. Depois de me contarem uma história de uma banda do final da década de 80, comecinho da década de 90, onde todos os integrantes eram gordinhos, e o nome dessa tal banda ser Dieta Jazz, acrescentei um "R" e dei o nome na banda de Diretas Jazz, fazendo assim um trocadilho com as "Diretas Já". O Evaldo foi escrevendo mais arranjos, cada vez mais difíceis, e eu sinceramente desanimei, pois esperava ter uma banda no estilo Count Basie, tocando coisas mais simples e swingadas. Foi exatamente nessa época, já em 2006, quando saí da Soundscape Big Band, e "abandonei o barco" na Diretas Jazz Big Band, que ajudei a formar a Reteté Big Band. Mesmo eu saindo da Diretas Jazz, sempre os acompanhei de perto, pois trabalhava todos os dias com o Evaldo e com o baterista Douglas Andrade, que tinha assumido a função de organizar a big band. Eles sempre ensaiaram e nesse ano gravaram uma DEMO, onde algumas faixas pode ser ouvida no myspace do Douglas Andrade. Como estou lá no Movimento Elefantes, e toda última segunda-feira do mês uma banda que não faz parte do coletivo é convidada pra tocar no Teatro da Vila, indiquei a Diretas Jazz para tocarem lá. Eles tocaram segunda-feira passada, 25 de Outubro de 2010, e eu fiquei muito contente por isso, pois os arranjos do Evaldo e do Carlos H. Iafelice são muito bons e precisam ser ouvidos. Então, graças ao mundo moderno de hoje, quem quiser assistir o show inteiro e ouvir o Evaldo contando como começou a big band, clique aqui.


Na foto, Douglas Andrade, eu e Evaldo Soares.

Abraços

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Você tem um cachet mínimo para sair de casa, independentemente do som que role?

Nossa, tinha esquecido disso aqui... e dos anônimos tbém...
Não tenho cachet mínimo... cada situação é uma história... tem que ter bom senso e pesar tudo...

Abs

Qualé a dúvida???

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Mídia [2]



Esse mês, exatamente no dia 17, foi ao ar uma matéria sobre o Movimento Elefantes no Programa
Starte da Globo News. Lá pelo comecinho de Maio, a Nanny Gotardi, que faz assessoria de imprensa para o ME, me ligou avisando que o pessoal da Globo News tinha entrado em contato com ela porquê queriam fazer uma matéria sobre "Os Elefantes"; e me perguntou quando a Reteté ia se apresentar. Naquele mês nós tocamos numa segunda, dia 24, no Teatro da Vila, mas não ia dar pra equipe gravar esse dia. Então sugeri pra ela deles irem num ensaio nosso e todos concordaram. No dia 17 de Maio, a repórter Elisabeth Pacheco mais sua equipe foram ao ensaio da Reteté Big Band no estúdio Loop, situado na Vila Madalena aqui em Sampa. Num clima super descontraído, ela gravou a abertura do programa com a gente e o cameraman nos filmou tocando um tema meu, "Remembering Pastels", que porventura tinha levado pela primeira vez pra ensaiar. Depois de gravar esses takes, eu fui sozinho num corredor lateral do estúdio gravar a entrevista. Confesso que estava apreensivo. Não estou acostumado com essas coisas.
Bom, ela fez muitas perguntas, do tipo: como a banda começou, quem escreve os arranjos, que teve a idéia de ajuntar a galera, como vocês entraram no Movimento Elefantes. Enfim, até aí eu acho que estava indo bem. Daí ela começou a entrar num papo de misturar
jazz com gospel que eu fiquei meio receoso. Tive a sensação dela querer definir, ou de achar mesmo, que a Reteté era uma banda gospel devido ao começo na igreja e etc. Bom, pra deixar bem claro: Não somos uma banda gospel ou evangélica! Continuando, eu meio que tentei fugir do assunto até que surgiu a seguinte pergunta: "O quê que é gospel, afinal?" - Putz, essa pergunta me pegou de calças curtas! Respondi pensando, "isso não deve ir pro ar". Só te digo uma coisa: Foi à partir dessa resposta que aparece eu falando na matéria.
Agora vocês vêem aí e confiram as "nhacas" que eu disse!
Mas tem coisas muito bacanas dos outros caras falando. Vinicius Pereira, Rubinho Antunes, Maestro Branco e Rui Barossi. E além do mais, o Movimento Elefantes está de parabéns pelo fato de falar sobre música num canal massificado como esse!

Assista aqui a matéria.


Abraços

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Revolta!!!


Vou contar uma historinha verídica.
Certa cantora veio do interior e começou batalhar sua vida aqui na Capital. Vivia em um bar famoso da cidade junto com seu esposo, à espera de ser chamada pra dar canja no final do som e assim começar a ganhar seu espaço. Tanto que ela fez, começou a cantar em um outro bar famoso da cidade, sendo acompanhada e orientada por experientes músicos. Por cantar nesse famoso bar, logo começaram os eventos por fora, pois ali no bar era uma ótima vitrine pra ela.
Aí que eu entro na parada. De canjas "aqui e ali", fazendo "subs" pro seu baixista na época e etc; comecei eu a acompanhá-la nos eventos que apareciam pra ela. Ela ficou muito confiante na minha pessoa e pediu pra eu armar os músicos nos eventos. Chamei os amigos, pianista e baterista, em especial o baterista, que é meu parceiro. Enfim, ficamos um bom tempo trabalhando com essa cantora. Coquetéis, eventos, premiações. Todo esse tipo de "fundo musical" eu fiz com ela porquê pagava minhas contas. Logo em seguida ela foi convidada a "atacar" numa outra casa, um fino restaurante na cidade. Ela me convidou pra tocar também, juntamente com outro pianista e um saxofonista, também amigos. Fiquei duas semanas nessa casa com ela e outros músicos, mas saí porquê ainda trabalhava no Mancini e não tinha como conciliar os dois trabalhos. Chamei um outro amigo pra ficar no meu lugar, amigo de longa data. Esse trabalho também durou bastante. Então a cantora fazia eventos por fora comigo e a banda que tinha armado, cantava no famoso bar da cidade e no fino restaurante, com meu amigo que entrou no meu lugar ao contrabaixo. A cantora resolveu gravar um disco. Ela ajuntou com um amigo dela, parceiro de composições, e gravou um disco inteirinho com composições deles e uma regravação. Com um disco pronto, ela precisava decidir se lançara independente ou com uma gravadora. Esperta que só, conseguiu fechar contrato com uma grande gravadora. Bom, ela saiu do bar, do restaurante e fizemos nosso último trabalho.

Legal Thiago, mas e aí?


E aí que estou muito revoltado porquê semana passada meu amigo baterista (que eu convidei pra fazer os eventos e coquetéis) e meu amigo baixista (que entrou no meu lugar no restaurante fino), gravaram um famoso programa de TV, onde eles estavam na banda de apoio que ia acompanhar vários artistas, dentre eles, a cantorinha da história acima.
No ensaio que rolou pra gravação, ela foi uma das últimas artistas do dia, e quando ela chegou comprimentou um por um. Chegou no baterista e disse: "Prazer, FULANA". Chegou no baixista e disse: "Prazer, FULANA". E como esse meu amigo baixista é muito educado, ele ainda mandou na maior finesse: "Prazer, CICLANO". Acho que nem preciso dizer mais nada né!!! Como pode? como pode?

Abraços

quinta-feira, 22 de julho de 2010

1 Aninho


É, já se foi um ano que resolvi criar esse blog. Na verdade o dia exato foi 6 de Julho de 2010, mas só agora que me lembrei!
Olha, curti bastante esse período. Recebi e-mails de pessoas que se identificaram comigo quando leram os posts, vi ótimos comentários aqui (que estão registrados nos próprios textos), e meus amigos e colegas me deram a maior força com palavras de incentivo. Enfim, o "Blognight" foi bom pra mim e acho que fez bem pra algumas pessoas. Peço desculpas pela má escrita, prometo ser mais cuidadoso, e caso alguém se ofendeu ou não concordou com alguma coisa, também peço desculpas. Nem Cristo agradou à todos.
Bom, que venham mais anos e anos!

Abraços

terça-feira, 13 de julho de 2010

Os mais velhos


Hoje, madrugada de terça-feira, 13 de Julho de 2010. Acabo de receber a notícia da morte do saxofonista e clarinetista Paulo Moura, que conheci muito rapidamente na Rua Avanhadava uns quatro anos atrás. Acho que ele estava saindo do restaurante Gigeto e eu estava ali na rua, no intervalo de alguma entrada do Mancini. Ele passou por nós e nos comprimentou. Essa foi a única vez que vi o Paulo Moura de perto. Mas adorava os solos dele no disco "Edison Machado É Samba Novo" do baterista Edison Machado. Um som que eu ouvi muito.

Bom, estou eu à pensar nos músicos mais velhos. Graças a Deus eu sempre me dei bem com a maioria deles. "Classificando" aqui os músicos mais velhos aqueles que tem mais de 50 anos, o dobro de minha idade, tive o prazer de estudar com Itamar Collaço, Roberto Sion, Gabriel Bahlis; estudar e tocar com Bob Wyatt, Hector Costita, William Caram, Ary Piassarolo; e trabalhar com, (agora segura), Baurú, Jericó, Faninho, Rudi Germano, Jorginho Saavedra, Zé Luiz Mazziotti, Claudete Soares, Alaíde Costa, Dominguinhos, Heraldo do Monte, Arismar do Espírito Santo, Maurício Einhorn, Jane Duboc, Magno Bissoli, Elza Soares, Zé Catarina, Roberto Sá, Nilza Maria, Filó Machado, Zinho Daloia, Sara Chretien, Dave Gordon, Mutinho, Jair Rodrigues, Moacir Zwarg, Mário Edison, Wilson "Borceto", Fernando Mota, Luiz Chuim, João Paulo Meinberg, Vitor Campbell, Guilherme Franco, Juarez Santana, Marquinhos Sabonete, Nilson Alcântara, Clóvis Corrêa, Carlos Alberto Alcântara, Evaldo Soares e Luiz Mello. Da turma dos baixistas, tive bastante contato com Sabá, Ipojucan Zwarg, Carcará, Evaldo Guedes, Karlaum Bonitátibus, Milton Félix, Zerró Santos e Lito Robledo. Quase um trabalho de arqueologia! E devo ter me esquecido de muita gente.
O pouco que eu sei se deve muito à essas pessoas, pois a época que eles viveram e as experiências que eles tiveram foram muito ricas, e eu sempre admirei e respeitei muito isso. Uma história muito bacana é a que o Luiz Mello e o Zinho Daloia me contaram quando eles souberam que o meu contrabaixo era do falecido baixista Arnaldo Haikel. Eles me disseram que os três, Luiz, Zinho e Arnaldo, trabalhavam numa casa noturna aqui antigamente, e certo dia o Ray Brown apareceu nessa casa e deu canja no meu atual contrabaixo! Olha só que coisa linda. Um dos baixistas que eu mais admiro veio a São Paulo e deu canja no instrumento que eu tenho hoje. Eu daria quase tudo pra entrar num "túnel do tempo" e voltar nesse dia. Essa geração trabalhou demais, viu cada coisa "ao vivo" que eu fico louco só de imaginar. Fora a elegância, o repertório desses músicos e cantores que eu citei.
Agradeço a Deus pela oportunidade que eu tive de tocar com essas pessoas e de ainda estar tocando e convivendo com algumas delas. Vivo aprendendo sempre! Espero, num futuro distante, ajudar de alguma forma os músicos mais novos que irão surgir, levando o "espírito musical" desses caras.

Abraços