terça-feira, 13 de julho de 2010

Os mais velhos


Hoje, madrugada de terça-feira, 13 de Julho de 2010. Acabo de receber a notícia da morte do saxofonista e clarinetista Paulo Moura, que conheci muito rapidamente na Rua Avanhadava uns quatro anos atrás. Acho que ele estava saindo do restaurante Gigeto e eu estava ali na rua, no intervalo de alguma entrada do Mancini. Ele passou por nós e nos comprimentou. Essa foi a única vez que vi o Paulo Moura de perto. Mas adorava os solos dele no disco "Edison Machado É Samba Novo" do baterista Edison Machado. Um som que eu ouvi muito.

Bom, estou eu à pensar nos músicos mais velhos. Graças a Deus eu sempre me dei bem com a maioria deles. "Classificando" aqui os músicos mais velhos aqueles que tem mais de 50 anos, o dobro de minha idade, tive o prazer de estudar com Itamar Collaço, Roberto Sion, Gabriel Bahlis; estudar e tocar com Bob Wyatt, Hector Costita, William Caram, Ary Piassarolo; e trabalhar com, (agora segura), Baurú, Jericó, Faninho, Rudi Germano, Jorginho Saavedra, Zé Luiz Mazziotti, Claudete Soares, Alaíde Costa, Dominguinhos, Heraldo do Monte, Arismar do Espírito Santo, Maurício Einhorn, Jane Duboc, Magno Bissoli, Elza Soares, Zé Catarina, Roberto Sá, Nilza Maria, Filó Machado, Zinho Daloia, Sara Chretien, Dave Gordon, Mutinho, Jair Rodrigues, Moacir Zwarg, Mário Edison, Wilson "Borceto", Fernando Mota, Luiz Chuim, João Paulo Meinberg, Vitor Campbell, Guilherme Franco, Juarez Santana, Marquinhos Sabonete, Nilson Alcântara, Clóvis Corrêa, Carlos Alberto Alcântara, Evaldo Soares e Luiz Mello. Da turma dos baixistas, tive bastante contato com Sabá, Ipojucan Zwarg, Carcará, Evaldo Guedes, Karlaum Bonitátibus, Milton Félix, Zerró Santos e Lito Robledo. Quase um trabalho de arqueologia! E devo ter me esquecido de muita gente.
O pouco que eu sei se deve muito à essas pessoas, pois a época que eles viveram e as experiências que eles tiveram foram muito ricas, e eu sempre admirei e respeitei muito isso. Uma história muito bacana é a que o Luiz Mello e o Zinho Daloia me contaram quando eles souberam que o meu contrabaixo era do falecido baixista Arnaldo Haikel. Eles me disseram que os três, Luiz, Zinho e Arnaldo, trabalhavam numa casa noturna aqui antigamente, e certo dia o Ray Brown apareceu nessa casa e deu canja no meu atual contrabaixo! Olha só que coisa linda. Um dos baixistas que eu mais admiro veio a São Paulo e deu canja no instrumento que eu tenho hoje. Eu daria quase tudo pra entrar num "túnel do tempo" e voltar nesse dia. Essa geração trabalhou demais, viu cada coisa "ao vivo" que eu fico louco só de imaginar. Fora a elegância, o repertório desses músicos e cantores que eu citei.
Agradeço a Deus pela oportunidade que eu tive de tocar com essas pessoas e de ainda estar tocando e convivendo com algumas delas. Vivo aprendendo sempre! Espero, num futuro distante, ajudar de alguma forma os músicos mais novos que irão surgir, levando o "espírito musical" desses caras.

Abraços

6 comentários:

  1. Muito legal... eu tb agradeço por esses caras...tanto que a gente a aprender!

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  2. Bom pra caramba. Pode crer que em sua velhice serás lembrado também e terás muitas Histórias pra contar. Como por exemplo ser acordado por uma sapatada. ...

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  3. Muito bacana o que voce escreveu!!!!
    A pesar de sua pouca idade, voce tem a experiencia de um deles.

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  4. Valeu pelo post Thiago!!!
    Me faz pensar sobre tudo que estamos vivendo hoje, e no que agente deve realmente deve dar valor!!!!

    Você já é lembrado, pode ter certeza!!!!

    Grande abraço!!!
    Abner

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  5. Valeu Keila! Somos sortudos...

    Nevada, essa sapatada tá na história... ainda faço um post chamado "Festivais de Tatuí" hehe

    Wilson, valeu o comentário!! Estou bem longe deles ainda!! Uma dúvida, vc é o Wilson Teixeira? rsrs

    Valeu Abnera!! E vamos tocar mais!!

    Abraços à todos

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  6. Belo post e bela homenagem a esses músicos. Minha família faz parte dessa historia, 2 grandes baixistas, uma mais das antigas e outro mais novo mas que já tá antigo tambem, os "Sabinos". Pena não ter registro desses "guerreiros" e da época em que atuaram nas boates, orquestras e casas de show. Ah se tivesse internet na época. Somente quem viveu mesmo. Grande abraço

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